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Com a esquerda no poder, violência aumenta na Colômbia

País vive onda de insegurança um mês depois da posse de Gustavo Petro.


A Colômbia vive uma onda de violência, com chacinas, roubos em massa e uma insegurança que atinge tanto as cidades quanto o campo. A escalada dos crimes ocorre em pouco mais de um mês da posse do presidente Gustavo Petro, o primeiro mandatário de esquerda do país.

Ao todo, foram 14 chacinas no último mês na Colômbia, além de múltiplos roubos. Entre o sábado 10 e a segunda-feira 12, duas chacinas na cidade caribenha de Barranquilla e no município de Landázuri, no departamento de Santander, deixaram 14 mortos.

No início de setembro, oito policiais foram assassinados em uma emboscada ocorrida em uma área rural do departamento de Huila, no sudoeste do país.

Em Bogotá, as autoridades encontraram no fim de semana os corpos de três mulheres, duas no sul da cidade e uma no norte, aos quais se somaram os assaltos em massa na área turística de Park Way e os incêndios criminosos em duas delegacias de polícia.

Foto: Flavia Carpio/Unsplash

Na capital, a polícia também investiga a morte de 23 pessoas que ocorreram nos últimos meses e foram atribuídas a disputas pelo controle do tráfico de drogas. A prefeitura de Bogotá, que anunciou na semana passada a criação de um “grupo contra o multicrime” para combater a insegurança na cidade, informou que uma das quadrilhas envolvidas nesses crimes é o Tren de Aragua, da Venezuela.

“O governo deve estar focado na segurança integral, porque se não houver uma resposta contundente do Estado e da sociedade rechaçando a violência contra a polícia, vamos continuar na lógica comum desses grupos de testar o governo para ver como ele reage”, alertou Alejo Vargas, especialista em segurança e violência, em entrevista à BBC.

Segundo os analistas internacionais que observam esse movimento na Colômbia, o presidente eleito não possui uma diretriz clara de segurança pública para o país. Logo após assumir o cargo, Petro removeu pelo menos 70 generais e coronéis do Exército e da Polícia Nacional. Também promoveu uma reforma no do Esquadrão Móvel de Choque da Polícia e limitou os bombardeios contra grupos guerrilheiros.

Acordos de paz com guerrilheiros

A gestão Petro também quer acordos de paz com grupos guerrilheiros, como o Exército de Libertação Nacional (ELN). O grupo Movimento Revolucionário do Povo, acusado de um atentando em um shopping em Bogotá em 2017, também demonstrou ao governo a intenção de um “acordo de paz”.

O especialista em segurança Jorge Mantilla questionou no Twitter a abertura do governo para negociar com grupos armados. “Eles têm controle territorial? Eles têm capacidade para realizar operações militares? Eles têm uma estrutura de comando reconhecida? As mensagens contraditórias do próprio governo e a confusão de critérios vão acabar desmantelando a paz total”, escreveu.


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