Política

Com 302 votos, Arthur Lira é eleito presidente da Câmara dos Deputados


Arthur Lira (PP-AL) foi eleito, na noite desta segunda-feira, 1º, o novo presidente da Câmara dos Deputados, após quatro anos e sete meses de gestão de Rodrigo Maia (DEM-RJ). O líder do PP ocupará a cadeira mais importante da Casa pelos próximos dois anos, venceu Baleia Rossi (MDB-SP) por 302 votos a 145.

Advogado de formação, agropecuarista e empresário, Lira está em seu terceiro mandato como deputado federal. Ele começou sua carreira na política em 1992, quando foi eleito vereador em Maceió, capital do estado de Alagoas. Reeleito para um segundo mandato na Câmara Municipal, também exerceu outros três como deputado estadual.

Desde o início da campanha, Arthur Lira recebeu o apoio do governo do presidente Jair Bolsonaro. A proximidade com o Palácio do Planalto fez adversários de Lira questionarem a independência da Câmara. Partidos de oposição enxergam no deputado do PP um grande obstáculo para a tramitação de eventual processo de impeachment. Nos últimos dias de sua gestão, Rodrigo Maia chegou declarar que Bolsonaro queria transformar a Câmara em um “anexo” do Planalto. O deputado, no entanto, faz questão de ressaltar que não será subserviente ao Executivo.

“Os partidos do centro, ou do Centrão, como queiram, do qual nós fazemos parte, sempre deram a qualquer governo, com muito equilíbrio, o sustentáculo, as aprovações necessárias”, disse Arthur Lira em um discurso na Câmara, em maio de 2020. À época, Bolsonaro iniciava sua aproximação com os partidos do Centrão e o então líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), estava instável no cargo. O cenário político deu à Lira a condição de “líder informal” do governo federal, como define um apoiador.

Aliados e opositores descrevem o perfil do novo presidente da Câmara como pragmático, cumpridor de acordos e “trator do bem”, “Lira tratora tudo na força do voto”. A avaliação diz respeito à influência do deputado do PP nos corredores de Brasília. Para derrotar Baleia Rossi, Lira aglutinou 11 partidos e ainda conquistou votos em partidos que se colocavam ao lado do emedebista. Diante deste cenário é fácil entender porque sua candidatura ultrapassou os 300 votos.

Dentro do governo, há uma explicação na escolha por Lira: diante da necessidade de aprovar reformas e fazer andar uma agenda que impulsionou a candidatura de Bolsonaro em 2018, o Palácio do Planalto precisava de um antagonista a Rodrigo Maia. Ao longo de 2020, o grupo de Lira obstruiu uma série de sessões, com o intuito de forçar acordos benéficos ao governo. “Foi escolhido um hábil articulador, que tem capacidade de juntar partidos e, ao mesmo tempo, se contrapor ao Maia. Ele foi ganhando musculatura até se tornar um nome quase imbatível para a eleição da Câmara”, afirmou publicação no portal da Jovem Pan.


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